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segunda-feira, 27 de julho de 2009

CEBs buscam a juventude e o diálogo ecumênico


Ecumenismo, juventude e missão. Três pontos fundamentais para o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base e principalmente para a jornada de trabalho em defesa da vida, da ecologia e da fé. No segundo dia de coletivas de imprensa do 12º Intereclesial os convidados abordaram estes temas como alternativas para a criação de um novo modo de ver e agir dentro da sociedade.

Cláudio Ribeiro (pastor metodista), Dom Antônio Possamai (vice-presidente da Comissão da Amazônia da CNBB) e Leila Regina (assessora do Regional Leste 2) falaram da experiência de atuar nas CEBs e de como praticar a acolhida do ecumenismo e ouvir a juventude.

Leila Regina, que atua em Minas Gerais e faz parte do movimento de juventude, destacou que é preciso saber ouvir os anseios e questionamentos dos jovens para construir um novo mundo. “Nossa missão é criar novas lideranças e renovar as ações na CEBs. É preciso educar para a vivência da fé e da luta por dias melhores e uma sociedade mais justa”, comentou.

Já dom Antônio, ao falar desta criação de novas lideranças, lembrou que as comunidades eclesiais foram sufocadas e perseguidas pelo regime militar no Brasil. “Agora é preciso educar os jovens a pensar criticamente, a ter uma visão de mundo globalizada e voltada para a defesa dos interesses sociais, pois hoje uma multidão de pessoas se organiza em volta de pensamentos consumistas e que em nada contribuem para o resgate do social”, destacou.

Já o pastor Cláudio Ribeiro falou da experiência do ecumenismo nas CEBs. Ele acredita que não há como agir e vencer desafios de forma isolada ou excludente. “As CEBs são voltadas para o social e neste campo precisamos de união. É preciso voltar as primeiras comunidades criadas no Brasil, que fundamentalmente eram ecumênicas e mesmo com várias religiões diferentes os resultados surgiam de forma impressionante. “A realidade que vivemos exige esta participação pluralista e aberta a receber a colaboração de todos. Os desafios são imensos e cada força será essencial nesta batalha por justiça social”, defendeu.

A missão de atuação das CEBs é baseada no modelo de vida em defesa da fé e da preservação da ecologia como ponto fundamental para a Amazônia. Dom Antônio destacou que o sistema de governo incentivou a migração para esta região como se aqui não houvesse povos integrados ao meio ambiente.

“Após a invasão da soja no sul e eucalipto no sudeste, o governo iniciou a dita ocupação e promoveu a derrubada da floresta amazônica. Em Rondônia, o modelo de posse da terra criou um imenso vazio no meio da mata”, lembrou dom Antônio.

A Amazônia ocupada e devastada sempre contou com líderes formados nas Comunidades Eclesiais de Base e sua atuação firme e comprometida evitou muitos danos a esta região. “Se a atuação do povo da igreja não é vista de forma explícita, é sentida de maneira concreta na certeza de que se não fossem os gritos e lutas, este cenário seria muito pior”, completou.

O papel das CEBs tem sido debatido durante este 12º Intereclesial e entre os pontos fundamentais está a defesa da vida, da fé e da ecologia. A juventude se apresenta como arma essencial para vencer desafios, aliado à experiência de líderes que na década de 60 pensaram na luta por um mundo melhor.


Fonte: http://www.cebs12.org.br

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