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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Queremos a Amazônia por inteiro!


Passou no Senado e tramita agora na Câmara dos Deputados um projeto de lei que, se aprovado, será um golpe mortal para as florestas brasileiras e, em especial, a floresta amazônica. Originalmente de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), e modificado pela comissão de agricultura do congresso, o PL 6424/2005, autoriza a derrubada de até 50% da vegetação nativa em propriedades privadas na Amazônia. De quebra, legaliza praticamente todos os desmatamentos que, nos últimos 40 anos, derrubaram cerca de 700 mil quilômetros quadrados da área original de floresta – o equivalente a quase três estados de São Paulo.

O projeto também desobriga os responsáveis pelos desmatamentos de recuperarem o que derrubaram, permitindo que um desmatamento realizado no Pará, por exemplo, seja compensado com o plantio de árvores no Rio de Janeiro. Em resumo, o projeto condena vastas regiões do Brasil a serem livres de floresta, o que o levou a ficar conhecido como “Projeto Floresta Zero”.

Os ruralistas defendem sua proposta alegando que o projeto incentivará a adesão dos fazendeiros à legislação ambiental e garantirá a sobrevivência de metade da biodiversidade amazônica. A primeira promessa, levando-se em conta o passado da atividade rural na região, é uma dúvida. A segunda é ilusão. Na Amazônia, 50% é igual a zero.

Com base nas taxas anuais de destruição de floresta, estima-se que, em duas décadas, 31% dela estarão derrubados, outros 24% degradados e a Amazônia prevista para virar uma savana até o final desse século1. O Floresta Zero é um sinal verde para as motosserras e correntões acelerarem esse processo. Junto com ela, desaparece também a riquíssima biodiversidade da floresta (ainda não totalmente conhecida pela ciência) e as culturas locais, além de impactar vários povos indígenas e populações tradicionais.

A floresta amazônica é um recurso natural estratégico para o combate ao aquecimento global. A grande seca de 2005, que enxugou até o rio Amazonas, e ausências localizadas de chuvas, como a que ocorreu no norte do Mato Grosso em 2007, são claros sinais de alerta dos efeitos do desmatamento. À medida que a floresta encolhe, diminui a chuva e a sua capacidade de reter água, condenando a mata a ficar cada vez mais seca e, assim, vulnerável ao calor e ao fogo.

Destruir a Amazônia pode reduzir a produtividade agrícola brasileira, provocando um grande impacto econômico e social no país. A chuva que é produzida na Amazônia é importante não apenas para a região. Ela ajuda na geração de energia, na produção de alimentos e no abastecimento de água no centro, sul e sudeste brasileiro. O desmatamento não traz desenvolvimento econômico ou melhoria na qualidade de vida da população local. Municípios com altas taxas de desmatamento na Amazônia, onde a criação de gado domina o uso da terra, têm índices de desenvolvimento humano abaixo da média regional e nacional.

Ao invés de aumentar a proteção do meio ambiente e estabelecer metas para a redução do desmatamento, o Congresso Nacional estará dando as costas para a Amazônia e abrindo as portas para mais destruição, agravando uma situação que já coloca o Brasil na incômoda posição de quarto maior poluidor do clima do planeta.

A sociedade brasileira exige um ponto final no desmatamento em todas as florestas tropicais do planeta, em especial a Amazônia. Não dê as costas para a Amazônia. Acesse o site www.meiaamazonianao.org.br e diga aos deputados e senadores que 50 é igual a zero e você quer uma Amazônia por inteiro. Participe deste movimento.

Fonte; http://www.pj.org.br/2/src/site/noticia.php?id=349

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